Cachorro quase morre ao ter princípio de coma alcoólico

Está circulando na internet uma notícia de um cão que foi resgatado por policiais – soldados Moreira e Renê – em Curitiba após ter ingerido bebida alcóolica. De acordo relatos, dois bêbados – que eu prefiro classificar como marginais – estavam dando bebidas para um cãozinho mestiço de Rottweiller em uma praça. O policial disse à imprensa que “o filhote se dirigiu a uma garrafa, cambalenado e com os bigodes sujos de batida”, e quando foi brincar com ele, desmaiou.

Coma alcoólico canino

Cão que entrou em coma alocoólico

Os soldados imediatamente levaram o cachorro a uma clínica veterinária 24 horas, que elee pagaram com recursos próprios, e assim salvaram uma vida. O animal foi diagnosticado com princípio de coma alcóolico e recebeu três doses de glicose. Os marginais que embebedaram o filhote fugiram porque os policiais tiveram que escolher entre prendê-los e salvar o animal, e escolheram a segunda opção.

Não se deve dar bebidas alcoólicas a cães, aprendam

Cachorros bebendo a cerveja Bowser Beer

Essa sim, pode.

Aqui no Papo de Bar nós já falamos sobre os riscos de deixar animais consumirem bebidas alcoolicas, e até apresentamos uma alternativa – a Bowser Beer, cerveja para cachorro – para quem quer muito tomar uma com seu melhor amigo. Esse tipo de situação acontece por vários motivos e na minha opinião leiga, de quem não entende porra nenhuma mas insiste em opinar, é que a principal delas é cultural.

Temos uma cultura de não proteger os animais. De acreditar que eles são seres inferiores. E essa cultura se reflete nas nossas leis. Pare e pense. Não só ninguém, em sã consciência, acha engraçado dar bebida a uma criança, como a lei pune com muito mais severidade quem o faz. E antes que me olhem com cara de quem deseja me jogar na fogueira pela heresia de comprarar cachorros e crianças, permitam-me apresentar dois pontos de vista. Só dois.

Repensando conceito de proteção

Cachorro bebendo cerveja longneck sem álcool

E sem álcool, pode?

Créditos: Blair Cook

O primeiro deles diz respeito à proteção. É preciso repensar nosso conceito de proteger e ter em mente que este conceito deve se referir ao mais forte defendendo o mais fraco, e não apenas o homem defendendo o homem.

Quando comparo um cachorro a uma criança, o faço porque cachorros são inocentes, não sabem o que fazem, não conhecem os riscos de ingestão de álcool – só para citar um exemplo – e precisam de nós para sobreviver. Os homens tem uma dívida com os animais domésticos. Chama-se preço da domesticação.

Maus tratos com animais e pessoas

O outro ponto é o fato de que impedir atos de maus tratos contra animais pode ser o primeiro passo para impedir maus tratos contra pessoas. Um estudo realizado pelo FBI já apontou que cerca de 80% dos psicopatas começa matando animais. Isso acontece porque essas pessoas tem uma tendência a começar atacando animais que julgam “mais fracos” – como cães, gatos, aves e pássaros – e depois partem para “desafios maiores” – como pessoas.

É por isso que, em países desenvolvidos, matadores de animais recebem julgamento mais severo e monitoramento para garantir não só a proteção dos animais, mas a proteção de toda a sociedade.

Finalizando

Partindo desse princípio, percebemos a importância de se modificar as punições, tornando-as mais severas, e sensibilizar a sociedade para denunciar e tentar prevenir quaisquer tipos de maus tratos contra animais.

Cachorro abrindo geladeira e olhando cerveja

Cadê cerveja Bowse Beer?

Créditos: itsik madjar

Animais tem vida, sentem dor, frio, fome, medo, ressaca… Iguaizinhos a você. A diferença é que eles não são capazes de cuidar de si próprios, o que aumenta nossa responsabilidade. Embebedar um animal, ou admitir qualquer outra atitude que possa ferir a integridade física ou emocional desse ser não é engraçado, é cruel. Animais não são brinquedos. Animais não são palhacinhos de circo. O palhaço, na maioria das vezes, é o imbecil que está do outro lado da guia.

Obs: O filhotinho teve sorte duas vezes. Quando foi salvo pelos policiais e posteriormente, ao ser adotado por uma médica, que soube da história pelas redes sociais e se sensibilizou. Ele recebeu o nome de Whisky, mas parou de beber.