Movimento “The Craft Beer Renaissance”

Bolhas de cervejaCréditos: Tambako the Jaguar

Antes da virada de ano, vamos falar um pouco sobre cerveja e de um movimento que muitos aqui podem desconhecer.

Todo mundo sabe aqui que cerveja está na moda. Não, não estou falando das cervejas, digamos, “normais“, vendidas nos botecos, como Skol, Brahma, Antarctica, Itaipava, entre outras. Estou falando das cervejas artesanais. E esse “modismo” tem um culpado, o movimento chamado “The Craft Beer Renaissance”. E esse movimento modafoca mudou a história da cerveja no mundo inteiro e não somente no Brasil.

O Movimento “The Craft Beer Renaissance”

Traduz-se como Renascimento da Cerveja Artesanal, e como o nome sugere, o movimento levanta a bandeira  do resgate das tradições modafocas de produção de cerveja. De um lado temos o movimento que fomenta a produção de artesanal, bem cuidada, meticulosa, paciente e pouco se lixando pelo gosto padronizado das “normais” que faturam vários $$$, e de outro temos as “normais“, que junto ao mercado consumidor, esquecem esses estilos devido ao sucesso da tecnologia de produção em larguíssima escala.

Mas os tempos mudaram…

Mão segurando lupuloCréditos: meseontour

Graças a Deus e aos curiosos sobre cerveja, que não se satisfazem consumindo esse arroz com milho aguado que temos em grande maioria nos botecos de hoje no Brasil. Hoje já é possível  encontrarmos nas prateleiras de supermercados cervejas, tanto nacionais quanto importadas, de qualidade insuperável e mensurável, e o melhor, produzidas artesanalmente.

Mercado brasileiro

Hoje no Brasil nós podemos ver mais de 60 microcervejarias e, sem dúvida, essa proliferação é consequência do movimento “The Craft Beer Renaissance“. Temos como exemplo as conhecidas Baden Baden, de Campos do Jordão, a excelente Eisenbahn, de Blumenau, aqui no Rio temos a Mistura Clássica e a Devassa como exemplos, todas elas nos brindando com sabores e aromas diferenciados e que eram praticamente inéditos no Brasil.

Eu incluiria nessa lista as cervejas da Colorado, magníficas, assim como algumas da Falke e também a Vilã, de meu camarada Armando Fontes. E degustar cervejas como a Red Ale da Baden Baden, a Demoiselle da Colorado, a Strong Golden Ale da Eisenbahn, Falke Monasterium, entre outras, é uma experiência gastronômica sensacional, fantástica.

Os estilos Ale e Lager

Macro num copo de cervejaCréditos: andreamary

Existem mais de 30.000 estilos de cervejas catalogadas, mas acredito que todos aqui saibam que se englobem, todas elas, nos grupos Ale (cervejas de alta fermentação) e Lager (baixa fermentação). Entre as Ales podemos identificar vários estilos, como Stout, Pale Ale, Red Ale, entre outras. E dentro do grupo das Lagers temos as Pilsners e Bocks.

Alta e baixa fermentação

Essas expressões não possuem relação com o teor alcoólico da cerveja, mas sim com o local onde a levedura atua nos taques de fermentação. A diferença prática entre Ales e Lagers, produzidas com espécies diferentes de leveduras, está no paladar. As Ales possuem maior complexidade de aromas e sabores e são mais frutadas, enquanto as Lagers ganharam o público por serem mais secas e refrescantes.

Copo de cervejaCréditos: SonOfJordan

Por isso o brasileiro bebe muito as cervejas “normais“, que são muito boas no que se propõem a ser, refrescantes no calor infernal do litoral brasileiro.

Há também um mundo à parte que é o das cervejas Belgas. Experimente uma Trappist modafoca e autêntica e constate a peculiaridade das sensações que vêm da Bélgica.

A vertente caseira da produção artesanal

Um brinde com canecas de cervejaCréditos: BeerTales

Essa é mais uma boa consequência do movimento “The Craft Beer Renaissance“, o chamado homebrewing, que na Europa, Eua e alguns países latino-americanos como nossos hermanos argentinos, essa cultura já está definitivamente resgatada. São inúmeras lojas virtuais de vendas de insumos e os sites com informações sobre cervejas artesanais caseiras.

Os adeptos desse magnífico hobby são grandes testemunhas do prazer de degustar sua própria cerveja e do surpreendente potencial de qualidade de bebida feita em casa. Eu diria que é como nossos filhos, é legal ver crianças e tudo mais, mas quando é nosso, temos um orgulho e sabemos que é de ótima qualidade. É um outro mundo a se desvendar…

Finalizando

Fico por aqui querendo saber de vocês sobre o assunto. Alguém aqui já criou sua própria cerveja? Conhece alguém que já fez isso? Você faria? Lembrando que temos o curso da Confraria do Marquês, que fiz nesse ano e é excelente. Aquele abraço.

Artigo original escrito por Mauro Nogueira da Confraria do Marquês e adaptado por mim.