Nunca mais eu vou beber

O visitante de hoje é o camarada Fernando Jr, que vira e mexe escreve uns rabiscos etílicos, claro, quando se lembra deles. Esse agora ele lembrou e mandou de sugestão pra gente. Um paralelo com o parar de beber e as mulheres. Vale a lida.

Não, não falarei sobre ressaca. Afinal, não há muito mais para ser dito. Conhece-se os sintomas, o gosto de corrimão ou de cabo de guarda-chuva na boca, a sensação de escorrer da cama e rastejar até a pia para o complexo ato de tomar um copo de água, a reconstrução, ou melhor, a tentativa de reconstrução da noite, a procura por seus pertences nos bolsos de todas as calças e jaquetas, esperando que não tenha perdido nada, sendo que o que perdeu foi o juízo, não há carteira que guarde esse.

Mulheres… Ahhhh as mulheres…

Mulheres brindando com vinho

Essas mulheres…

Créditos: Alexey Fursov

Enfim, não me interessa a ressaca. O que me preocupa é o efeito devastador que o álcool tem no homem quando se trata de mulheres. Sim, são sempre as mulheres.

Claro, existem vários tipos de bêbados, poderia até ser criado um catálogo. Tem o briguento, que fica todo irritado quando olham pra quem? Pra namorada dele. Tem o erudito, que usa frases rebuscadas e sofisticadas quando fala de álcool, comparando-o a quem? Mulheres. Tem o mulherengo, que sempre está atrás de quem? Sinto-me meio idiota por essa última pergunta.

Vocês entenderam. Motivações masculinas para a bebida: mulheres. Nem vou falar do casado que bebe por não aguentar a mulher. Seria linchado em praça pública. Ao som de soutiens queimando e gritos do tipo “machista!”.

A situação é a seguinte…

Mas a situação que acontece com todos os homens é o que quero contar, não a leia com algum tipo de ironia (leia a essa frase anterior com ironia). Há um grupo de amigos, bebe-se bastante e no auge da embriaguez cita-se o nome de uma ex-namorada, um amor platônico, uma paixão que não deu certo ou, na pior das hipóteses, quando essa moça passa em frente com outro moço, entre outras tristes situações.

Homem falando palavrao

Então, acontece que todos os muros que circundam o castelo emocional do homem desmoronam, os jacarés daquele laguinho que circula o castelo morrem, a peste infecciona o reino, os cavaleiros entregam-se ao pecado, os padres perdem a fé e os moinhos de vento tornam-se dragões. O rei deixa cair sua coroa.

Desculpe pela metáfora prolongada. Mas me animei na comparação. Não há homem que não seja tomado por uma angústia avassaladora. A reação é que varia, uns bebem mais e entristecem-se, outros saem pegando todas em frente a ela que o deixou nesse estado, há os que vão dormir, os que se humilham em frente a ela, que choram e começam a dizer que amam os amigos, pois esses que importam.Você também deve ter a sua reação. Por isso que nunca mais vou beber.

Qual a minha reação? Escrever.