O Canalha Inexperiente: Capítulo 3

Por mais que a curiosidade em saber como as pessoas conheciam as minhas histórias com Talita, meu orgulho era grandioso demais a ponto de me impedir de fazer as perguntas. Por isso, sempre com um sorrisinho de canto de boca, eu fingia saber o que rolava.

As coisas continuavam acontecendo como eu desejava. No escritório, algumas clientes, umas coroas boazudas, pediam para trocar os honorários por serviços a serem prestados pessoalmente; meu Orkut tinha mais mulher do que cabeleireiro em véspera de Natal; e eu tinha mais compromissos do que o Luan Santana tem de shows hoje em dia.

Sempre tem um porém…

Homem cansado na academia

Ah, cansei...

Créditos: João Figueiredo Netto

De tão enrolado que eu estava, acabei diminuindo meus dias de academia. Tinha que ter fôlego, pois a vida social consumia não só o dinheiro como o tempo e energia.

Num dos dias que tirei para mim, eu fui à cobertura do meu prédio fazer a barba na sauna (sim, além de piscina e churrasqueira, lá tinha sauna). Eis que encontro a mulher do síndico, uma coroa de sessenta anos, que, talvez, num dia de porre, você aceite a aposta e dê uns pegas nela. Só “talvez”.

Até que aconteceu

Naquele dia, o acaso aconteceu. Mesmo que nada fisicamente me levasse a desejar aquela senhora, existia uma maldade por trás. O síndico sempre fora um filho da puta que me sacaneava. Quando aquela coroa veio se jogando pra cima de mim, não neguei fogo e acabei descontando nela toda a minha vingança. Confesso que foi muito bom, mas tudo foi em nome de uma revanche pelas coisas que o filho da puta do síndico fazia comigo.

Idosa com um copo de cerveja

Seu gordinho dilíça

Créditos: Tiago Zaniratti

Foi aí que eu notei o quanto eu estava diferente. Se antes eu era um gordinho perdido numa loja de doces que só fazia o bem e nunca o mal, agora eu era um pica de mel com espírito de porco. E acreditem, a segunda opção é muito melhor. O crime compensa.

Mais uma pra coleção

Essa senhora acabou se tornando mais um caso meu. Como o síndico era um piloto de jatinhos particulares, ele sempre viajava e deixava aquela mulher sozinha em casa. Como o sexo era bom, o esforço não era grande. Eu estava entrando pro lado negro da força.

Um belo dia, essa senhora me chamou para a cobertura. Com roupas parecidas com a de Talita na primeira vez, eu e a coroa transamos no mesmo local, na mesma posição, por um tempo parecido. Tudo muito estranho e bizarro, mas eu estava na chuva e gostava de me molhar.

Pra quê fui perguntar…

Casal tendo uma DR

Você está me usando...

Créditos: Anna Fischer

No primeiro encontro com Talita após essa cena com a coroa, eu perguntei se ela tinha contado para alguém sobre a gente.

  • – “A gente”? To com você pelo sexo e nada mais. Aliás, o sexo nem é lá grandes coisas, só um passatempo com alguém limpinho.

É claro que essas palavras ecoaram dentro de mim, afinal de contas, não era eu quem estava “mandando” naquela relação. Nessa hora, o gordinho perdido numa loja de doce que existe dentro de mim deu uma tremida:

  • – Mas, porra, Talita! Falando desse jeito, eu até me sinto usado…
  • – E você não me usa?! Vai pagar de romântico agora?! Convenhamos que você também só quer foder e só por causa da minha bunda.

Calei e aceitei suas palavras. No fundo, percebia que eu não era assim tão picudo e que estava muito mais pra um cachorrinho do que para um macho-alfa.

Transamos e saí dali me sentindo violentado. Em casa, no banho, com as palavras ainda ecoando dentro de mim, pensei:

Será que eu gosto da Talita?