O Canalha Inexperiente: Último Capítulo

Malandramente – característica nata dos cariocas que nasceram em Vila Isabel e criados em Santa Teresa -, eu tirei uma foto minha com a garota de programa que levara na festa. Coloquei a prova do meu poder de fogo no Orkut com a seguinte legenda: “E tem gente que dizia que eu estava na pior…”

Sucesso com cedilha maiúsculo!

Mussum vestido de Vitim sou foda

Digdin!

As meninas que passeavam pelo belíssimo bairro de Botafogo voltaram a falar de mim. Os elogios eram medianos. Nada que me colocasse nas nuvens, mas, com certeza, melhor do que aquela história de DST e pau pequeno. Os bares sussurravam coisas sobre a minha pessoa, eu voltei a ser uma sub-celebridade do amor barato:

  • – Ele tem um corpo de um Deus, né?
  • – Como assim, amiga? Olha direito!
  • – Ué, Buda não é um Deus?

Outras conversas eram mais apimentadas:

  • – Dizem que ele é bem-dotado?
  • – Não parece.
  • – O que vale é a intenção, né?

Meu sucesso não era tão bom quanto dos tempos de outrora, quando as mulheres se rasgavam por mim. Pelo menos, deixou de ser uma fama ruim.

De volta ao mercado e em alta

Homem vestido de rosa limpando o chão

To de volta, ui...

Eu estava de volta ao mercado: um carro semi-novo, com alguns amassados, um motor totalflex, econômico, 1.4 turbinado, mas que conseguia subir as ladeiras desses altos e baixos que é o sexo e a vida.

Talita ainda mantém o blog, onde, vez em quando, eu volto a ser tema de seus posts. Porém, agora, com muito menos credibilidade. Os xingamentos, as acusações, os ataques deixaram claro que ela só fazia aquilo por um amor que ela mantinha em segredo.

Pobre Talita…

Mulher de vermelho triste

Se fode ae muleh...

Créditos: Ligiane Braga

No final, Talita passou de uma porta-voz contra os homens cafajestes para uma pobre coitada que agiu como criança. Somente suas amigas mais próximas comentam no seu blog e, ainda assim, com palavras de “Força!”, “Você vai esquecê-lo” ou coisas do tipo.

Do outro lado da corda – o lado forte -, eu passarinho (parafraseando o poeta). Se a fama de cafajeste não me serviu, muito menos a de um homem risível. Minha vida continuou e, se não fossem as maldades de Talita, talvez eu nem estivesse tão bem quanto estou.

“E ae nem, e aquela colega?”

Camelo rindo

Kekekekeke...

Créditos: Umar Nasir

Até hoje, quando alguma cocota vem me perguntar sobre as acusações que Talita me faz, eu sempre respondo com um ar professoral:

Você já se perguntou se eu me importava com o gozo ou felicidade dela?

Por incrível que pareça, essa frase atrai mais as mulheres do que você imagina.

Após essa experiência conturbada, que pôs minha vida sexual em xeque, me custou a saúde e boa forma, um Nintendo 64 e um Mega Drive, eu aprendi muito sobre o que é viver nessa sociedade hedonista e de auto-estima elevada.

Final da história…

Ser cafajeste nunca afastou mulher alguma, só me aproximou delas. Ex-namoradas, ex-piriguetes ou ex-flertes se tornaram na minha maior propaganda boca a boca. Aquele ditado de pára-lama de caminhão realmente faz sentido: falar de mim é o suficiente pro meu sucesso.

Casal horrível

É nóis!

Moral da história, crianças:

Antes mal acompanhado do que só.