Oktoberfest 2008: Pendure-me para secar

Bêbado com copo na cara

Não foi fácil não minha gente. O vale do rio Itajaí é uma verdadeira Disneylândia para quem gosta de uma boa cerveja artesanal e nessa época do ano, a das festas de outubro em Santa Catarina, a diversão é garantida para todas as idades e estados civis. É preciso bastante disposição e tempo para conhecer as principais micro-cervejarias das cidades da região, a maioria delas situando-se num raio de cerca de 40 km de Blumenau.

Pavilhões da Oktoberfest

Stand da Opa Bier

Uma obrigatória ida aos pavilhões da vila germânica em Blumenau já adianta um pouco o serviço. A patrocinadora oficial do evento, a Brahma, fornece chope (claro, Brahma Black e Líber) para dois dos três pavilhões. Um dos pavilhões fica exclusivamente para as micro cervejarias: Eisenbahn, Bierland e Wunderbier de Blumenau, Zehn Bier de Brusque, Opa Bier de Joinville, Das Bier de Gaspar e Schornstein de Pomerode, todas elas fazendo cerveja sem arroz ou milho. Além dessas existem nas redondezas outras tantas que não participaram do evento, podendo-se citar entre as principais a Borck, de Timbó, a Heimat de Indaial e a Königs Bier de Jaraguá do Sul.

Sobre os chopes servidos na festa só posso falar sobre os artesanais, aos quais provei a todos. Pavilhões da Brahma para mim só para assistir algum show ou de passagem. Nas sete noites que compareci nos pavilhões da vila germânica, percebi uma grande aceitação do público em geral pelas cervejarias artesanais. Porém não posso deixar de dizer que houve certa inconstância na qualidade destes chopes, pois algumas vezes a preciosa bebida vinha com o gosto alterado, principalmente nos dias mais lotados. Provável problema de logística que deverá ser atentamente observado na festa do ano que vem.

Minha nobre Eisenbahn

Copos de cerveja Eisenbahn

Falando das cervejarias do evento não poderia deixar de começar pela Eisenbahn, uma cerveja pela qual tenho todo carinho por ter sido ela que me iniciou no mundo da lei da pureza alemã, citada no meu artigo anterior. Foi a única cervejaria do pavilhão que manteve um padrão mínimo durante o todo o tempo que permaneci no evento. Além de todas as suas cervejas estarem disponíveis no pavilhão, ela oferecia quatro tipos de chope: o refrescante pilsen, o frutado pale ale, o de trigo e o delicioso dunkel com seu inesquecível toque de café.

Além do mais, é obrigatória a visita ao bar da fábrica, a Estação Eisenbahn, onde sempre havia apresentações de grupos típicos. Uma verdadeira festa permanente, aonde sempre fui bem servido. Saudades de tomar a nova e excelente Dama do Lago ouvindo a Alpenmusikanten e comendo um canapé de lingüiça Blumenau. Os petiscos lá são muito bons, sendo que a falta da oferta de pratos maiores é um dos poucos defeitos do lugar. Outro defeito foi a imensa grana que lá deixei com minhas comprinhas de cerveja e de souvenires.

E o destaque vai para: Schornstein

Copo de Schornstein

Passando para a Schornstein, devo dizer que esta foi um dos destaques no meu humilde ponto de vista. Tinha quatro variedades: o sensacional cristal, o natural (chope maturado, ou seja, que não passou pela etapa da filtragem), o excelente pale ale, que infelizmente só estava disponível na fábrica e o espetacular bock, um dos melhores chopes escuros que já tomei.

Pomerode… Linda…

Fábrica

A cidade sede da cervejaria, Pomerode, por si só já vale a visita. Mas aqui só se fala de turismo especializado e falemos mesmo de sua agradável fábrica, que era uma antiga processadora de carnes e que faz da chaminé da mesma sua marca registrada. Em alemão Schornstein significa chaminé de pedra.

O bar da fábrica anexo é bem legal, sendo o atendimento, a comida e principalmente os chopes, muito bacanas. Lá ainda funciona como local de shows e já se tornou um point para as noitadas da região. É uma cervejaria esperta, sendo que inclusive já comprou uma fábrica em São Paulo. Tomara que chegue logo ao Rio. E ainda por cima tem o jingle mais legal de todas elas.

Menção a Zehn Bier

Copo de Zehn Bier

A Zehn Bier é uma cervejaria bem interessante, fornecendo somente chopes maturados. Pena que só pudemos realmente degustar e apreciar seu verdadeiro e refrescante sabor na própria fábrica. Muito bom chope, apresentando três variedades: pilsen, porter e um especial para as festas de outubro, mais encorpado. Seu bar da fábrica se destaca pelos sensacionais pratos, tendo a melhor cozinha de todos. É uma das poucas que engarrafa o próprio chope, que deve ser mantido refrigerado e consumido em alguns dias.

Não poderia deixar de citar a Das Bier

Bar Das Bier

A Das Bier é uma das que também chama atenção pelos competentes chopes, pilsen, maturado ou natural, trigo e braunes ale. Mas sem desmerecer os excelentes chopes, o destaque desta cervejaria fica com sua fábrica e bar anexo, localizado num lugar lindo, cheio de lagos ao redor. Realmente é um deslumbre. Como se não bastasse, ainda tem uma boa cozinha e atendimentos. Também funciona como point noturno local.

Bierland

Copo de Zehn Bier

A Bierland oferece os chopes pilsen (bastante degustado), trigo e um simpático Bock. Infelizmente não houve tempo suficiente para visitar o bar da fábrica. O mesmo ocorreu com a Opa Bier, a mais longe das cervejarias, localizando-se a 120 km de Blumenau. Os chopes pilsen e Porter são bem legais, fico devendo também visita. A fábrica da Wunderbier também não foi visitada e produz variedades regulares de chope claro e escuro.

Não posso deixar de citar também os dois Brahmagarten, aonde estavam sendo servidas as cervejas importadas pela AMBEV: Franciskaner, Leffe blond, Hoergaarden, Spaten e Lowenbrau. Excelente iniciativa. A Hoegaarden estava redondíssima. Um dos gartens era interno a um dos pavilhões da Brahma e o outro era externo, com decoração inspirada na Bavária. Lindíssimo. Aliás, todas as cervejarias se esmeraram nas decorações e sou obrigado a dar meu fígado a torcer: A Brahma nesse sentido arrebentou!

Finalizando

Pavilhao da Oktoberfest

Como se vê foi uma viagem produtiva, sendo que ainda tenho matéria para outros artigos que logo virão. Só sei que recomendo fortemente esse passeio. O vale do Itajaí é a Meca do bom cervejeiro nacional, sendo que no meu caso a peregrinação é anual. Até a festa do ano que vem!