O Canalha Inexperiente: Capítulo 5

Resolvi que antes de ligar para as mulheres, eu deveria ir ao urologista. Todo aquele sexo sem camisinha tinha sido ótimo, mas poderia colocar minha vida sexual em risco. Sem contar que, segundo a internet, a HPV pode virar câncer e, aí, seria o meu fim como pegador.

Urologista? Eta porra, vão mexer no meu pimpolho

Fui ao urologista no dia seguinte que recebi a notícia. Consulta particular, pois não queria que alguém do plano de saúde soubesse as condições do meu “pimpolho”. Na noite anterior, eu ficara na dúvida se devia escolher uma mulher ou um homem para me atender.

Bonecos urologista

Ai meu deus do céu...

Créditos: Grazielle Freitas

Se por um lado ia ser melhor ter uma mulher tocando nas minhas genitálias, eu tinha o pavor da médica ser muito gostosa e eu ter uma ereção na hora do exame; por outro lado, bateu aquele medo do médico homem pegar no meu “instrumento de prazer” e eu acabar tendo uma ereção. Vai que eu sou, né? Pô, fiquei na dúvida. Nunca se sabe.

Assim que fui chamado para ser atendido, não escondi o jogo:

  • – Olha, Doutor, eu to comendo umas minas aí, to comendo uma coroa também, e uma dessas, logo a mais feia, me disse que eu to com um tal de HPV e que eu to passando pra geral.

Como de praxe, o médico fez umas perguntas sobre a minha vida sexual e me deu um sermão sobre transar sem camisinha. Nada que eu não tivesse ouvido anteriormente, mas que não vinha pondo em prática.

Chegou a hora constrangedora

Para me examinar, o médico me levou para uma sala menor, que tinha um aparelho daqueles que as mulheres usam para exame ginecológico, onde elas colocam as pernas sobre duas hastes de metal. Nessa hora me bateu um medo e uma insegurança. “Porra, o cara vai meter a mão no meu pau?!” – pensei temeroso.

Pintos amarelos

O meu é maior que isso, eu juro

Créditos: Alexandre Marcon

  • – Tira roupa. – me disse o médico muito sério
  • – Não quer tomar um vinho antes? – brinquei, tentando quebrar o gelo entre nós
  • – Aqui o relacionamento é profissional – ele respondeu bem sério – Agora, tire a roupa e ponha as pernas aqui.

De tanto medo que eu tinha, eu desamarrei o tênis, coisa que eu nunca fazia, pois sempre o usava bem largo e, portanto, não trocava o nó. Depois, tirei uma meia de cada vez e as enrolei como se fosse guardar. Então a bermuda e a cueca, dobrando ambas e colocando tudo arrumadinho em cima de um móvel. Tudo bem devagar e repleto de medo, como se eu fosse um bezerro indo ao abate.

  • – Olha, doutor, ele é maior do que isso, é que está bem frio. Sabe como é, né?
  • – Não sei. Está temperatura ambiente.

Cala a boca e relaxa…

Interruptor de luz

Essas muleh tão pensando o que rapa...

Depois desse fora eu permaneci calado até o resto do atendimento. No fim, descobri que não tinha doença alguma. Estava limpo, mas ele dizia que isso era sorte e para não mais contar com ela. Saí de lá satisfeito com o meu “pimpolho” e carregando um atestado médico dizendo que eu estava 100%, mas liguei um alerta:

Será que Talita queria que eu falasse pras mulheres que eu estava doente só pra eu ficar sozinho e acabar namorando aquela mocréia?

Aguardem o próximo capítulo.