O Destino Abunda – Capítulo 8

Os processos chegam. Até uma associação de pedófilos quer indenização pelas coisas que escrevi. Fui procurar um advogado e a conta não é legal. É muito caro se defender de quarenta processos ao mesmo tempo em todo território nacional. O Estadão está adorando tudo isso.

Jornalismo é assim hoje em dia. Não importa o que você informa ou opina. Importa o retorno que você dá. Ninguém quer ler o CONJUR falando sobre Lava Jato, mas não perdem uma coluna do Merval Pereira babando ovo de certos servidores públicos. De que adianta você ser especialista se as pessoas não concordam contigo? Eu sou especialista em falar besteira, mas o pessoal prefere ouvir Caio Coppolla.

E lá vamos para a terceira coluna…

A liberdade de expressão é um custo pessoal de todos nós. Mas não era pra ser esse custo. E esse foi o tema da minha terceira coluna: “QUANTO ME CUSTA ESTAR AQUI”.

Escrevi o cálculo do advogado e mostrei que o risco é maior que o benefício. Se eu perder todos os processos, perco tudo o que ganhei até agora e fico devendo mais quatro vezes o que ganhei. Expus minha vida financeira. A Nath Finanças puxou minha orelha no twitter e o Primo Rico me pediu dinheiro emprestado. Até a Bettina da Empiricus me ligou dizendo que poderia guardar o meu dinheiro com a grana dela. Coisa que eu jamais faria, pois você sabe como são os herdeiros: eles fingem que tem mérito na riqueza deles.

Nada contra as pessoas criticarem. Se pudesse, só pediria para atacarem menos. A verdade é que processar é demais. Faz poucos anos que cresci e aprendi a não fazer piada com as vítimas ou com as minorias. Ataco apenas os ricos, famosos e poderosos. Ataco autores de crimes. Eu atiço a massa atacando as elites. Dá pra entender? Dá! São anos e anos, gerações e gerações de pessoas que aprenderam o sentido da vida com novelas do Manoel Carlos e agora acreditam em heróis do Leblon. Aprendam uma coisa: Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, era do Leblon.

Nada funciona nessa merda…

Tudo o que eu queria é escrever meu folhetim. Mas a Xerox quebrou. Como vou publicar as minhas loucuras? As pessoas reservam as edições do meu livro. Publico nas redes sociais um pedido de ajuda e logo surgem editoras. Editoras de verdade mesmo. Não sei se quero um livro, só queria um espaço. Mas o jeito vai ser esse. A Xerox não dava conta.

É perigoso dar opinião. Eu me sinto meio Rafinha Bastos. Tô pagando o preço pelas pessoas que não entenderam a piada. Tem culpa eu? Se eu sou um merda, reclama do mundo que é cheio de moscas que dão IBOPE. Agora eu tenho mais de quinhentos mil seguidores e recebo mimos pelo correio. Eu poderia ser um merda solitário, mas eu não estou sozinho. O Brasil tá cheio de pessoas que se identificam comigo mas não concordam com o que eu falo. Triste, né?

Finalizando…

Minha fama começa com uma foto da minha bunda e agora quem me chama pra fazer propaganda? Bancos de investimento. Isso mesmo. Eu disse pra vocês anteriormente. Sou um sucesso com o homem branco de 25 a 45 anos.

A reunião está marcada pra amanhã. Eu não gosto do capitalismo porque obviamente eu não sei lidar com o dinheiro, mas o capitalismo gosta de mim porque eu faço ele crescer. O pessoal é amigo do Ministro da Economia. Lá vou eu sentar com a XP Investimentos.