Um paralelo interessante entre a boemia brasileira e a Revolução Francesa. Liberdade, igualdade, fraternidade e álcool, somados com a malandragem brasileira.
Créditos: Tárlis Schneider
É hábito que de sexta e sábado (ou de quinta-feira até domingo, para alguns), a única coisa que se passe pela cabeça de um boêmio é a diversão baseada em princípios como arte, música e… Álcool.
Para muitos, a boemia é uma “noção pejorativa, algo como um estilo de vida sem objetivos maiores”, como consta na Wikipédia. Pobre destes que mal sabem que foi essa vida — pejorativa, e de aventuras — que deu virtudes à mudança no quadro político e social da França entre as décadas de 80 e 90 de 1700…
“Liberté, Egalité, Fraternité!”, já disse Jean-Jacques Rousseau.
“Liberté”, liberdade
Créditos: G.Costa
Liberdade, autonomia, fim da submissão. Final de semana é isso. Esquecer os problemas e descarregar todo o estresse semanal é praticamente uma lei, necessária, para a dissipação do seu patrão chato — do salário baixo —, da namorada mala, e da maldita televisão que não te deixa em paz.
De Cerveja à Absinto, de 5 à 70%, de 1000 à 10.000 calorias.
“Egalité”, igualdade
Soando contraditório ou não, independente de pontos de vista, ideais e conceitos, todos dentro de um bar são meramente SEMELHANTES. Pensou que eu iria dizer “iguais”? Bom, eu pelo menos faço comparações. Se meu copo pela sétima vez está vazio, não existe a paridade se você nem passou do segundo. (REFLITA!)
“Fraternité“, fraternidade
Créditos: Felipe Paim
O último elemento que forma o tripé do pensamento revolucionário de um bêbado — ou de um filosofo francês, como queira. “Escolha consciente pela vida em sociedade”, como já definido, a fraternidade é uma das coisas mais presente no meio social de um boêmio. Hierarquicamente indiferentes, como meio de unificação e ligação que o álcool é, a Semelhança citada à cima se torna definitivamente a Igualdade.
A malandragem brasileira
Créditos: DHDOTUR
Não é de se passar pela cabeça que a malandragem brasileira do século XIX (duradoura até hoje), daria aos franceses um impulso para sair de um regime monárquico permanecente por mais de 500 anos. O que antes dividia o país em três Estados (clero, nobreza e povo) graças a um fenômeno literário e social que começou com artistas como Picasso, Matisse e Modigliani, a França se tornou o que é hoje.
Revolucionária e barulhenta ou ingênua e inocente. Não sei, mas quando precoce, pode até salvar vidas.