A Triste História do Homem Bem Dotado: Capítulo 2

Sempre fui tímido. Talvez por conta da minha protuberância genital, talvez por sempre ser exposto pelo meu pai, talvez pela mãe ausente. Vai ver é por conta da tudo isso.

Passei toda a época do colégio e tive sorte apenas com três mulheres. Elas não eram bonitas, eram tão inexperientes quanto eu e não me ajudavam a ser popular. Nada demais, apenas beijinhos e abraços. Bem inocente.

Capítulo 2 – Cabaço

Virgem de 40 anos

Ainda tenho 20, da tempo...

Na terceira menina, consegui segurar um peitinho. Porém, como sempre, era eu começar a me excitar que eu fugia da cena e me escondia no banheiro, onde molhava o rosto, respirava fundo e pensava em cálculos matemáticos.

Pensar em cálculos matemáticos sempre me ajudou a segurar a vontade, mas eu odeio matemática. Por causa disso, fui fazer Direito numa faculdade particular.

O primeiro amor…

Eu era virgem e caí num mundo de perdição. Sexo, drogas e axé. As chopadas ferviam. Eu passava despercebido, pelos cantos, no escuro. Por conta de um trabalho em grupo, conheci Luiza. O primeiro azar da minha vida.

Homem fumando

Se todo azar fosse assim...

Créditos: j.rozek

Luiza era linda, carinhosa e muito inteligente. Cabelos cacheados, curtos, e só um pouco mais baixa do que eu.

Como os outros colegas eram os típicos alunos de Direito (queriam nada com a vida), eu ela fizemos tudo junto. Dois dias de trabalho em sua casa e tiramos 10 na matéria de Sociologia.

Tudo se encaminhando. Ou não…

Comemoramos!

Tínhamos o telefone um do outro e morávamos perto. Não demorou e ela me levou para ver um filme francês num cinema Cult. Pipoca, filme, conversa… ao fim do encontro, no melhor estilo estadunidense, um beijo. Bem simples, romântico… fofinho.

Mulher chupando sorvete

Quero esse picolé pra chupar, porra...

Créditos: Valter N.C.

Pro meu azar (sorte na época), Luiza se apaixonou por mim. Dizia para todos que eu era um amor, carinhoso e atencioso. Ficamos assim por uns meses. Cinema e beijinhos.

Não durou muito e Luiza veio com a faca no pescoço:

  • – Qual é?! Você não tem tesão em mim?! – nervosa, Luiza se agigantava
  • – Não é isso. – eu só esquivava
  • – É o quê? Sou feia? Mau hálito? Beijo mal?

A verdade…

Homem com um copo bebendo

Eu tenho veeeeergonha...

Créditos: Stephen McLeod Blythe

Eu não consegui esconder a verdade. Eu amava Luiza e não podia deixar essa chance escapar. Mesmo assim, como um homem covarde, omiti uma parte.

  • – É que eu sou virgem.

Saber que eu era um “cabaçinho” (palavras dela) fez os olhos de Luiza brilharem. Agora não marcamos um sexo, estávamos organizando um evento do nível do Carnaval. Para o meu abate, Luiza e eu fomos passar o feriado do Dia de Finados na chácara que ela tinha em Araras, região serrana do Rio de Janeiro. Seriam os cinco dias mais importantes da minha vida.

Seriam…
Mulher tapando os olhos de um homem

Agora você vai me comer de jeito. Ou não...

Créditos: Eric Bednarowicz

Logo na primeira noite, após uma fondue de queijo, uns vinhos, lareira e muitos beijos, Luiza me puxou pelo braço para o quarto.

O quarto era imenso, a colchão era duas vezes o tamanho da cama dos meus pais. Eu me sentia pequeno, mas não intimidado. O vinho fazia efeito. Eu estava valente e excitado.

Luiza foi ao banheiro e me pediu para ficar à vontade. Ela ficou alguns minutos no banheiro e voltou cheirosa e de roupão transparente.

Até que…

A cena era perfeita demais para funcionar.

Assim que Luiza entrou debaixo do cobertor e seu umbigo encostou em mim, ela terminou com o romantismo.

Mulher deitada na cama e assustada

MAS QUE PICA É ESSA?

Créditos: Alexander Bramwell

  • – Que porra é essa?! – ela exclamou
  • – Bem… – eu não sabia o que falar
  • – Desculpa, mas não vai rolar.

Com isso, Luiza decretou o fim do nosso namoro. Ela não me deu carona de volta e eu precisei voltar de Araras de ônibus.

Eu tinha 20 anos e ainda era virgem.