Cervejas Boas e Baratas – Sul Americana

Como todo amante incorrigível do pão líquido, estou sempre em busca de novos sabores. Gasto, sempre que posso, uma parcela razoável de meu suado dinheirinho em rótulos variados, importados, raros… CAROS!!! Como a maré não tá pra peixe e esse lance de meter o pé de casa e “fazer a América” ao mesmo tempo, resolvi variar, “apelar” para as cervejas boas e baratas.

Bom, bonito e barato

Já que não pretendo ficar bebendo só o que passa no comercial da TV, é preciso ser criativo. Mais do que isso, beber é preciso, nas horas boas e nas horas ruins. Pensando no problema da seca etílica e financeira, este humilde escriba resolveu listar algumas cervejas gostosas e baratinhas, sem jabá, só pra ajudar a galera que, assim como eu, anda em crise com os caraminguá.

Vou começar por uma cervejinha comprada por mamãe: Sul Americana!

Quando você sai de casa é aquela coisa triste, aquela choradeira, mas depois de um tempo todo mundo vai se acostumando e volta e meia você é lembrado, com uma frequência muito boa, diga-se de passagem! Nossa série começa com uma cervejinha comprada pela pessoa que me trouxe ao mundo. Chegando em casa, em visita passageira, minha mãe me presenteou com uma cerveja.

“Comprei uma cerveja pra você ver se gosta!”

E assim, Dona Simone já arrancou meu primeiro sorriso! Agradeci e deixei para apreciá-la no almoço de dia das mães. Afinal, eu teria de voltar para minha humilde residência em um voo rasteiro sobre duas rodas.

No domingo de confraternização, depois de preparar um almocinho para as mulheres maduras de minha vida, fui degustar a danada. Garrafa de um litro, rótulo simples e interessante, nome não tão interessante assim… Sul Americana! Nada contra o continente, mas não curti. Enfim, dane-se! Não sou eu quem define isso e o que importa, nesse caso, é o conteúdo. Mesmo assim, me senti pegando uma Kelen.

Vamos ao que interessa, a Sul Americana!

Petisco e Garrafa da cerveja Sul Americana

Ao abrir a garrafa, descobri pela tampinha que ela era proveniente da Cervejaria Sankt Gallen, confesso que já fiquei menos receoso. Colocando a criança no copo, notei uma coloração em um dourado interessante, o puro malte anunciado no rótulo parecia mesmo verdadeiro. O colarinho formado foi bem branco e de baixa consistência, mas não era ralo.

O aroma é marcante, dá pra sentir bem o cheiro do malte e de algo que lembra caramelo. O sabor é excelente, ainda mais marcante que o aroma, trazia consigo o sabor do malte e de mel. O lúpulo, meu tão amado lúpulo, se fez presente em um amargor interessante ao final, em perfeita harmonia com o restante da experiência.

Apesar de ter traços bem marcantes, não é uma cerveja ‘pesada’, é refrescante e leve. Descobri que a cerveja foi lançada há mais de 100 anos, tendo tido sua produção interrompida durante alguns anos. D. Pedro II apreciou a primeira Cerveja Sul Americana. Posteriormente, ela passou a ser consumida pela Corte.

Não posso dizer que me senti bebendo história, seus contornos são modernos e cuidadosos, o que a torna uma cerveja interessantíssima. Principalmente por seu preço. Não é todo dia que vemos um litro com tanta qualidade custando sete mingau no mercado.

Recomendo!

“É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom,bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa.”
Charles Bukowski