Champa, Champa, Champa!

Vou lhes contar a história de Champa, moleque gente fina, 28 anos, 1,90cm, 140kg, barba ruiva, cabra macho, glutão por natureza, adorador de belas mulheres, conquistador barato, consumista compulsivo e bon vivant.

Dia 06 de abril de 2013, lá estava Champa com seus amigos boêmios em um rústico AP na Lapa/RJ. Estagnados por conta do porre da noite anterior, haja vista terem derrubado alguns engradados de cerveja no boteco de Gervásio, exaustos, porém dispostos a encarar mais uma noite épica. Então, Champa sugere um game over na boate ao lado de casa.

Seus companheiros olham para cara de champa e dizem:

– Porra, gordo, você não cansa?

Champa abre aquele sorriso largo e convidativo, enche o peito e solta um sonoro:

– Partiu balada, galera, já! Hoje é dia de chanchada, ELAS ESTÃO OVULANDO!

Depois de alguns minutos, todos prontos para mais uma longa noite de porre, cantadas medíocres e muita gastação de onda regada à birita de natureza duvidosa.

E começa a noite…

Vai, Champa!

Vai, Champa!

Créditos: 

Na porta da boate, Champa convoca o gerente e ordena:

– Libera geral aí, os caras estão comigo!

Automaticamente, o gerente olha para seu velho conhecido e grita para o caixa da VIP:

– Libera o Champa e os amigos pra mim e coloca eles no camarote 01!

Champa entra na boate se sentido “Highlander – O guerreiro imortal”, tendo a certeza de que aquela noite lhe renderia várias mulheres. Detalhe, Champa não tinha um puto no bolso, porém, como diria o próprio: “Aí parceiro, enquanto existir cachorro, pulga não anda a pé”. O povo vai chegando, a boate lotando, e Champa e os amigos se perdem entre olhares e comentários cafajestes sobre os mais diversos padrões corporais das mulheres que ocupavam o recinto.

Champa, como sempre, solta a pérola mais conhecida que nota de 1 pila:

“- Vamos descer combos de champa e um de vodka, só pra começar?”

Seus amigos, obviamente, não gostaram nada da ideia, afinal, o resultado era sempre o mesmo, in suma, “acerta aí galera que depois eu pago!”. Negando veementemente a sugestão do bonachão Champa, seus amigos optaram por pedir 3 baldes de cerveja e 1 combo de vodka.

Champa decepcionado…

Amigos bebendo champagne e cerveja

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Champa, irresignado, tenta convencê-los de que sua opção seria mais atrativa ao público feminino, já que: “– ELAS AMAM AS ESTRELINHAS DO COMBO DE CHAMPA!
Ato contínuo, João larga um sonoro FODA-SE para Champa e afirma que não haveria a menor chance daquilo acontecer novamente. Champa, extremamente contrariado, começa a tomar suas simplórias cervejas com seus amigos.

Baldes e mais baldes de cerveja, alguns shots de tequila para aquecer e todos estão complemente na vibe, uns azarando umas gatas, outros manejando seus canhões e cacos de vidro, e Champa, por sua vez, mega louco no seu canto bastante contrariado por não ter pedido seu combo de champagne – atiçador de brasa feminino -, e ainda, por não ter conseguido cativar nenhuma bela tchica até aquele dado momento.

Eis que surge Champa

Taças de champagne

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Mas champa era “O cara”, sabia chegar onde queria com toda sua malemolência, ginga e malandragem, características arduamente conquistadas ao longo de seu estágio na boemia carioca.

Champa chega para Azeitona e avisa que a birita havia acabado, e que ninguém aguenta mais cerveja. Em seguida sugeriu insistentemente:

– Por que não pedimos só uma garrafinha de champa para brindarmos nossa amizade e essa noite tão agradável?

Azeitona chama João e os outros e sugere uma garrafa para comemorar aquele momento. Os amigos, muito bêbados, se achando milionários (como todo bom pinguço após umas doses extras), felizes por conquistarem mulheres lindas, ou não (rsrsrsrsrsrs), concordaram em pedir 1 único e exclusivo combo para comemorar a noite e a amizade de longos anos.

Foi então que Champa, radiante, olha para Divino, chefe do bar, e sacode a mão espalmada com seus 5 dedos em riste, a fim de chamar sua atenção para pedir 1 combo de champagne. Divino, por sua vez, faz sinal positivo e pede para aguardar a chegada.

Enquanto aguardavam ansiosos, o DJ comandava a pista com uma ótima sequência de eletro music, fazendo a multidão ir à loucura.

Agora fudeu…

brinde-champagne

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De repente, o DJ pede a atenção dos presentes e convoca 5 garçons, os quais vinham com 5 combos brilhantes iluminando a pista e chamando a atenção de todos na boate, luzes estroboscópicas e giroflex a toda anunciando a chegada dos combos.

A boate simplesmente parou para ver o show, e até Champa sentiu inveja naquele momento, foi quando pensou: “Que foda, épico! Bato palmas para o maladro que fez isso, tirou muita onda!”.

Foi quando os 5 garçons seguiram em direção do camarote de ninguém mais, ninguém menos que Champa e seus amigos, adentrando com os combos reluzantes. Ao fundo, palmas e assovios de mulheres ávidas por uma noite de prazer regado à champagne.

Pronto, pensaram e alguns até disseram em alto e bom tom:

“- AGORA FUDEU MUITO, MUITO MESMO! COMO VAMOS PASSAR ESSE CARÃO DE DEVOLVER E DIZER QUE TUDO NÃO PASSOU DE UM GRANDE ENGANO?”

Champa, muito preocupado em reverter aquela situação caótica tratou de bolar um plano sagaz. Enquanto pensava, mandou os amigos abrirem as garrafas e fingir que nada estava acontecendo.

Eis que surge uma luz no fim do túnel…

Ele sabia que estava na merda, duro igual pau de tarado, e sem qualquer alternativa para contornar aquele impasse. Foi quando chegou seu amigo fanfarrão, Gregório, vulgo Play, que estava acompanhado de duas amigas gatas, uma bem jovem (No popular: A novinha) e a outra, uma coroa daquelas de parar o trânsito!

Finch e Jennifer Coolidge

Champa pensou, já estou cagado mesmo, se bobear vou para na DP e os cacete, agora só falta o toco da coroa gata pra fechar com chave de ouro essa porra. Deise era aquele tipo de mulher que faz qualquer marmanjo barbado suspirar, peitos turbinados, bumbum de apoio de tulipa, lábios carnudos, longas madeixas loiras, barriga seca, sexy sem ser vulgar, e olhar do tipo “me come agora, fdp!”.

Champa sabia que não seria fácil dominar aquele monumento tombado pela UNESCO, mas, amigo, quem não morre não vê Deus, né?

  • Champa: – E aí gata, tudo bem?
  • Deise: – Depende.
  • Champa: Depende do quê?
  • Deise: Depende do que você possa me oferecer.
  • Champa: …
  • Deise: Te deixei sem palavras?
  • Champa: Sim, desde o primeiro momento que te vi adentrando a boate.
  • Deise: Vamos ver do que você é capaz garotinho.
  • Champa: Demorou!

O velho Champa mandou imediatamente a tática do suvaquinho de ouro, prendeu a coroa no canto de seu braço direito e suspendeu o monumento com um beijo daqueles.

Boooooooooooooooooooooooooooooooooa, champa! Foi o coro uníssono ecoado no camarote 01. Horas após, depois de muito champagne, mãos bobas e pressão em cima de Deise, a coroa mandou na lata:

“- Me tira daqui agora e me mostra do que você é capaz! Vamos para minha cobertura no Leblon, já!”

Foi nessa hora que acendeu aquela lâmpada em cima da cabecinha oca de champa. (Plim!) Opaaaaaaaaaa, cobertura no Leblon = Muita $$$$$$$$$$$$$.

Partiu

O malandro mandou o papo de michê e disse:

– Sou um homem caro e você não pode me comprar assim!

Deise, por óbvio, não perdeu tempo em retrucar, sacou seu cartão American Express Centurion, e mandou na cara do vagabundo:

– posso pagar por isso facilmente, sou rica, muito rica querido!

Então, malandramente, Champa tomou seu Amex Centurion, olhou para Divino e gritou:

– DESCE MAIS 5!!!!