Honk Rio, o Festival Internacional de Fanfarras Ativistas

Fala, cambada de mamadores dos líquidos etílicos sagrados dessa vida. Nesse último final de semana rolou um puta evento fodástico e “fanfarrístico” chamado Honk, que rolou pela primeira vez no Brasil, sendo assim, primeira vez no Rio de Janeiro, portanto, chamado de Honk Rio. Um evento com muita música de rua, com Fanfarras de várias cidades, países, de várias culturas diferentes, uma avalanche de cultura musical.

Mas o que é esse Honk Rio?

logo Honk Rio

O Honk, festival de fanfarras engajadas e música de rua, nasceu em Boston (EUA) , e acontece em várias cidades dos EUA (Nova York, Providence, Seattle, Austin, etc) e agora também em outros países (Austrália e aqui no Brasil pela primeira vez agora). Traz em sua programação shows especialmente nas ruas, além de workshops, algumas festas em casas noturnas, um dia de debates e um dia de cortejo com todas as fanfarras juntas.

E o mais fodástico disso é a produção do festival, que é feita pelos próprios músicos de algumas Fanfarras, que aderem a vários princípios, como ecologia, direitos humanos, dentre outros. Mas claro que nunca as coisas saem de forma perfeita, uma coisa que atrapalhou foi ter rolado o crowdfunding, que arrecadou, felizmente, a grana o suficiente para a realização do evento, porém, como muitas vezes ocorre, esses sistemas demoram pra repassar a grana, o que atrapalhou na produção dos brindes e materiais que foram e seriam utilizados durante o evento. Mas o legal foi que as fanfarras se uniram e colocaram dinheiro do bolso pra arcar com os custos principais, como hospedagem da galera de fora, transporte, etc, pra depois pegar quando a grana do crowdfunding chegar.

Essa energia de colaboração move o carnaval, move as fanfarras, move o mundo, não por completo, infelizmente, mas isso tem mudado e mudará ainda mais. É algo feito pelos músicos, por quem está lá e sem participação de governo ou empresas para patrocinar, etc.

E quando que rolou o Honk Rio?

Começou na quinta-feira passada, dia 06 de agosto e foi até domingo, dia 09 de agosto. E rolou em vários locais simultaneamente. Eu ainda não consigo dar minha opinião se isso foi bom ou ruim, pois eu queria alguns clones para poder estar em vários locais ao mesmo tempo. Mas é bom que divulga vários locais diferentes desse Rio de Janeiro sagaz.

Mas o que esse Honk Rio tem a ver com bebidas alcoólicas?

Eu imaginei que alguém fosse pensar, perguntar isso. Meus nobres, tudo a ver, absolutamente tudo a ver. Já falei por aqui que música combina com cerveja, mas não só com cerveja, música combina com a porra toda, tudo mesmo. Música são feitas por pessoas, que são feitas de energia, que tudo isso junto dá uma puta vontade de viver mais ainda, pular, beber, gritar, mandar se fuder, xingar, botar pra fora, qualquer coisa. Mas uma coisa que me faz escrever sobre o Honk Rio é que eu participei dele, não somente como expectador, mas como músico. Não sei se posso falar músico, já que faço isso por diversão, prazer, não trabalho com isso, mas já mexer com música dessa forma já me faz ser um aprendiz botando em prática muita coisa que aprendi.

Galera reunida no Complexo do Alemão no Honk Rio

Créditos: Cristiana Campanha

Existe a galera que não bebe, nesses casos viram até exceção, a grande maioria bebe, porque gosta, porque quer jogar tudo pro alto, quer se divertir, quer ficar doidão, fodasse, quer alguma coisa e eu não sei o quê, mas eu sei que eu gosto bastante, gosto muito mais ainda quando estou tocando.

E o que você toca, Dono?

Toco o terror. Mentira! Toco percussão com o instrumento chamado caixa, aquele mesmo que tem na bateria.

E por que você tocou? Com que Fanfarra?

Essa pergunta é boa. Toquei porque eu tenho uma Fanfarra fodástica de Rock N’ Roll chamada Hey Ho Brass Band, que estava na programação do evento, claro. Mas antes disso, toquei porque ano passado eu descobri a Oficina da Orquestra Voadora, que mudou minha vida e mudou a vida de muita gente, por ter essa energia sagaz entre os músicos, tanto experientes quanto aprendizes como eu. Isso me fez tocar em outras Fanfarras fodas, seja durante o carnaval, seja em qualquer final de semana, evento, etc. Uma das que eu toco e toquei nesse Honk Rio foi a espetacular Fanfarra Black Clube, que tem músicos fodas, mas acima de tudo, músicas fantásticas e pessoas fodas pra caralho.

E como foi o Honk?

Cara, não sei descrever. Me senti novamente no carnaval. A vida pra mim é um grande carnaval, claro, pra quem gosta, basta querer. Mas era mais ainda porque tinha muita gente querendo o mesmo objetivo: se divertir ouvindo ou tocando música. E muita gente mesmo, mas não tão cheio quanto o carnaval, mais pessoas do bem, acho que isso ajudou bastante.

Estandartes

Mas sinceramente não sei como descrever como foi o evento detalhadamente, só sei falar que foi foda pra caralho. Ficar como expectador é muito sagaz, mas melhor ainda é tocar, isso sim é sensacional. Como disse lá em cima, já tinha tocado em outras fanfarras já conhecidas e que já existem há algum tempo, mas tocar com minha própria fanfarra é algo sensacional, principalmente porque ela tem apenas 4 meses, aproximadamente, repertório curto, sim, mas isso vai evoluir com o tempo.

Hey Ho! no Complexo do Alemão no Honk Rio

Créditos: Carlos Cout

Ver crianças com cara feliz olhando a gente tocar, querendo tocar, vendo os mais idosos reconhecendo músicas roqueiras como Smoke on the Water, que tocamos na fanfarra, é algo sensacional. Nós da Hey Ho! tocamos no Méier na sexta-feira e no domingo tocamos no Complexo do Alemão. Que experiência incrível tocar no Complexo, bem perto do teleférico, lá em cima e descendo, com a galera acompanhando. E o mais sensacional foi que participamos em conjunto com outra fanfarra fodástica, Os Bíquinis de Ogodô convidam as sungas de Odara. Sim, esse é o nome. E o melhor, tocam de biquíni, maiô, sunga, bem engraçado.

Levar música, o espírito “fanfarrístico” para pessoas que nunca ouviram falar, não sabem como é e ficam fascinadas é algo extremamente foda. Sexta no Méier foi fantástico, pressão total da Hey Ho! e da fanfarra sagaz chamada Trombetas Cósmicas do Jardim Elétrico. Já perceberam que a galera é boa com nomes também, né? Fazer o cortejo juntos, ver a galera dos bares curtindo, tirando fotos, filmando, depois geral sentado ou pulando com as duas fanfarras foi uma experiência surreal. Fora que a noite de sexta foi finalizada com a fantástica Brassil Melody Band, que tocou funk antigo, charme, dentre outros hits da minha infância.

Finalizando

É isso que eu digo, não tem como não vincular essa felicidade também com a bebida, que eu amo tanto e sempre me acompanhar nessas aventuras “fanfarrísticas”. Curtir é bom demais, tocar, melhor ainda. Tocar bebendo cerveja e com pessoas fodásticas e para pessoas amantes da música é de se ter orgasmos cervejeiros musicas múltiplos, algo fora do comum. Cerveja combina com música, cachaça combina com carnaval, fanfarras combinam com vodka, pessoas combinam com qualquer bebida, fodasse. Tudo se combina, é só organizar direitinho que todo mundo transa todo mundo se diverte.

Um grande parabéns pra organização que me surpreendeu, cheguei a pensar que fosse dar alguma merda por causa do atraso na grana, mas a galera levou de boa, tudo se resolve no final. Parabéns a todos os músicos de todas as fanfarras que tocaram:

E você, foi no Honk Rio? O que achou? Gosta de fanfarras? Gosta de carnaval? Gosta de música? Conte pra nós 😉