Vila Madalena, samba, mulheres e cachaça

Interior de um botecoCréditos: Jairo

Fala, sedento!

Desta vez, eu estava em São Paulo a negócios. Já estive na cidade que nunca dorme várias outras vezes, mas sempre foi tudo muito rápido e nunca tive muito tempo para conhecer a “night” (balada para os paulistanos) paulistana. Agora, fui com um pouco mais de tempo livre e com alguns bons contatos locais que me deram boas dicas sobre o que fazer para me divertir.

Começando a todo vapor

Cheguei numa segunda-feira e já comecei a todo vapor. Reuniões, clientes, bancos, discussões, hotel, trânsito, barulho… Na quarta-feira eu já estava ficando louco com aquilo tudo e precisava muito de algo para me desestressar. Fui recorrer àqueles que sempre podem ajudar: os amigos. Quando eu não tenho nenhum plano, qualquer coisa pode servir.

Às vezes, quando menos se espera, ótimas surpresas nos são reservadas. Acionei alguns contatos na Internet e rapidinho surgiram várias dicas legais de lugares para visitar. Escolhi a que mais me agradou que foi conhecer o que talvez seja a região boêmia mais famosa de São Paulo, que é a Vila Madalena.

Grande Vila Madalena

Boteco Santa Laura

E foram bem específicos ao me recomendar que procurasse a rua Aspicuelta e escolhesse qualquer um dos bares de lá pois todos eram muito bons. Assim que cheguei, o ambiente me agradou muito, já que é uma rua bem bonita, com bares dos dois lados, muita gente andando e música para todos os gostos.

Ao passar em frente do Boteco Santa Laura me encantei. Estava rolando um sambinha ao vivo e o bar estava lotado, do jeito que eu gosto. Entrei e por sorte arrumei uma mesa logo de cara. O clima era excelente, tinha gente bonita para todos os lados que eu olhasse e o autêntico samba de raiz ecoava e fazia aquele lugar ferver a cada refrão.

Cachaça e caipirinha? Hmmmm!!

Double caipirinha Santa LauraCréditos: Caipiry a Caipirinha de St. Remy

Ao ser atendido pela simpática garçonete, perguntei qual era a sugestão da casa e a primeira coisa que ela me disse foi que estavam com uma promoção de dose dupla da caipirinha e ainda completou dizendo que era a especialidade da casa. Parece que ela sabia a minha intenção.

E a caipirinha é mesmo muito boa. Usam cachaça de boa qualidade (no meu caso, todas foram preparadas utilizando a Seleta), na dose certa, com a quantidade ideal da fruta escolhida e o açúcar na medida. Comecei com a verdadeira caipirinha para testar a habilidade do barman. Perfeita. Limão bem cortado e principalmente, bem espremido, não deixando passar nada do amargor da casca para toda a bebida e suavemente adocicada, de forma a não mascarar o sabor da cachaça e contrastar bem com a acidez do limão.

E como você avalia?

Uma forma que uso para avaliar se uma caipirinha é bem feita ou não, é sentindo o retrogosto (aquele que fica na boca depois que você bebe). Se lá no finalzinho sobrar um gosto doce e levemente azedo, esse é o ponto certo.

Enquanto isso, sambinha rolando…

Grupo de samba tocando no Boteco Santa Laura

Enquanto eu bebia a minha caipirinha, o samba comia solto e eu mal notei o tempo passar até que percebi ao meu lado a pessoa que me indicara a Vila Madalena e foi responsável por me proporcionar aquele momento agradabilíssimo: uma mulher linda e simpática, a qual ainda não conhecia pessoalmente e chegou dizendo: “Sabia que te encontraria por aqui.”

Por que será, não? Depois das apresentações e da inibição iniciais, começamos um bom papo. Falamos sobre várias coisas e as caipirinhas foram tornando a conversa cada vez mais interessante. Provamos vários sabores e inventamos misturas como kiwi com maracujá, que eu adorei. A cachaça me deixou tão desinibido que até samba eu fui dançar.

Essa descontração toda, lugar agradável, música boa, uma mulher linda e com conversa excelente ao meu lado já havia tornado a noite memorável. Mas havia espaço para melhorar e aconteceu quando todo esse clima nos aproximou ainda mais. Dançamos, brindamos, rimos, conversamos e deixamos a atração falar por nós.

No final, depois de muito samba e algumas caipirinhas, pegamos um táxi e fomos embora juntos com a certeza de que aquela foi uma das melhores noites não planejadas de nossas vidas.

Até a próxima!