Bebida de mulher?

Está esperando alguém, senhora? Deseja mais uma cadeira e copo?“ Foi o que ouvi quando sentei no bar sozinha e pedi uma cerveja. É bastante desconfortável quando isso acontece com as mulheres sozinhas num bar. As pessoas olham e ficam espantadas, reparando, encarando, até as mulheres se levantarem e irem embora. Mal sabem eles que há milênios ,antes de estarem degustando o famoso suco de pão, elas já produziam e se embebedavam como boas “Belas, debochadas e do bar”.

A origem da cerveja

Estatua da Suméria sobre cerveja

Após os Sumérios perceberem que poderiam fazer “pão líquido”,tal técnica foi aprimorada até perceberem e nomearem a cerveja como “bebida divina”. Era tão divina que tem sua própria deusa: Ninkasi. O mais interessante é que o louvor a Ninkasi nada mais é que uma brassagem. O processo de produção de cerveja era feito por mulheres, pois era todo feito na cozinha junto com o pão e assim, considerado uma atividade doméstica. Logo, elas eram donas e frequentadoras de tabernas. Quando casavam, o dote era justamente as ferramentas para fazer a cerveja.

Bolo de cerveja

Uma das mais conhecidas donas de taberna foi Siduri. Para produzir a cerveja, deixava a cevada de molho até que houvesse a germinação e assim era moída e moldada em bolos, no qual, adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados, eram desfeitos, colocados em jarras com água e deixados a fermentar. Esta cerveja ainda é fabricada no Egito e se chama Bouza. O lúpulo e outras ervas eram adicionados para corrigir as diferenças no sabor.

Seres místicos

Barra suméria com história da cerveja

Reza a lenda que a história da varinha mágica veio justamente com a vara de homogeneizar o tanque de cerveja. Naquela época, não se preocupava tanto assim com higiene e então a varinha que mexia em um, mexia em todos os tanques, levando a levedura de uma para outra. Na época que a química nem existia ainda, era tudo no máximo uma alquimia bruta, eles achavam que o início do processo de fermentação era pura mágica.

Concluindo

As mulheres estão na história da nossa “bebida divina” desde a sua origem. Sem elas, quem faria a cerveja que hoje nós tanto amamos? Sendo assim, amigos, quando virem uma mulher entrando sozinha ou em um grupo feminino no bar, deixem ela(s) em paz. O bar é de todos nós e queremos todos nos divertir, não é mesmo? Então ergam seus copos e façamos um brinde a deusa Ninkasi.

Créditos da foto de capa: Hero Images