Da Idade Média ao século XXI – Os monges e a arte cervejeira

Não é segredo que na Idade Média bebidas fermentadas eram as mais seguras para consumo. Devido à higiene da época, com certeza beber água era apenas para os mais corajosos ou necessitados. O método mais seguro e barato para consumir líquido era a cerveja, feita tanto nos mosteiros trapistas quanto nas casas, como parte da alimentação diária.

Os mosteiros trapistas

monges trapistas segurando cerveja

Muitos mosteiros trapistas funcionavam como “pousadas”, que precisavam oferecer bebidas aos viajantes que lá passavam a noite, motivo pelo qual produziam a bebida que até hoje é parte importante de sua renda. Nesse post, vamos falar dos monges que fazem algumas das melhores cervejas do mundo, os monges trapistas.

A ordem dos Cisterciences Reformados de Estrita Observância, mais conhecida como a ordem dos monges trapistas, é uma ordem religiosa católica criada em 1662, em Nôtre-Dame de La Trappe, motivo pelo qual ganhou seu famoso apelido.

O mais famoso monge da ordem atualmente é Thomas Merton, falecido no final dos anos 60. Ele escreveu diversos livros sobre teologia, arte, vida monástica e religiosa e se correspondeu com importantes personalidades de sua época, como o Dalai Lama e Martin Luther King. Até hoje, os monges da ordem produzem cervejas de qualidade invejável.

Máxima trapistas

monges trapistas e cerveja

No site oficial da associação, podemos encontrar a definição da máxima trapista Ora et labora e entender um pouco mais sobre seus valores:

“Essa máxima sumariza a vida monástica em duas palavras. Os monges e freiras devotam parte considerável de seus dias ao trabalho manual, provendo para o próprio sustento e gastos enquanto ajudam pessoas necessitadas. Ócio é o inimigo da oração: trabalhar traz equilíbrio às suas vidas, ajudando a manter os pés no chão.”

Além da bebida, alguns mosteiros da ordem também produzem e comercializam outros produtos , como pães, queijos, doces e carnes. O lucro dos mosteiros é apenas o suficiente para garantir seu sustento e toda a renda excedente é doada para instituições de caridade. De 171 mosteiros trapistas conhecidos como produtores de cerveja hoje, apenas 20 possuem o selo da International Trappist Association (Associação Internacional Trapista), são eles:

  • Abbaye Notre-Dame de Scourmont-lez-Chimay (Chimay) – Bélgica
  • Abbaye Notre-Dame d’Orval (Orval) – Bélgica
  • Abbaye Notre-Dame de Saint-Remy (Rochefort) – Bélgica
  • Abbaye Notre-Dame de Brialmont (Tilff) – Bélgica
  • Abbaye Notre-Dame de Soleilmont (Fleurus) – Bélgica
  • Abdij der Trappisten (Westmalle) – Bélgica
  • Abdij Sint-Sixtus (Westvleteren) – Bélgica
  • Abdij Onze-Lieve-Vrouw van Nazareth (Brecht) – Bélgica
  • Priorij Onze-Lieve-Vrouw van Klaarland (Bocholt) – Bélgica
  • Sint-Benedictusabdij De Achelse Kluis (Achel) – Bélgica
  • Abdij Lilbosch (Echt-Tegelen) – Holanda
  • Abdij Onze-Lieve-Vrouw van Koningshoeven (Tilburg) – Holanda
  • Abdij Maria Toevlucht (Zundert) – Holanda
  • Abtei Mariawald (Heimbach) – Alemanhã
  • Stift Engelszell (Engelhartzell) – Áustria
  • Abbaye du Mont des Cats (Godewaersvelde) – França
  • Saint Joseph’s Abbey Spencer (Massachusetts) – EUA
  • Abbazia delle Tre Fontane (Rome) – Itália
  • Monasterio de San Pedro de Cardeña (Burgos) – Espanha
  • Mount Saint Bernard Abbey (Leicestershire) – Grã-Bretanha

Finalizando

E você, já provou alguma cerveja feita pelos mosteiros trapistas?

Beijos etílicos.