Pálinka, a bebida oficial da Hungria

Grande Hungria. País conhecido por seu extenso período monárquico, sua arquitetura imponente e mais modernamente por sua noite badalada cheio de turistas do mundo inteiro. Hoje esse país me inspirou a escrever sobre a sua bebida mais tradicional, é de lá que vem a Pálinka, patrimônio oficial da Hungria desde 2008 quando a União Europeia resolveu conceder o pedido do país para Pálinka como bebida oficial nacional húngara.

Mas o que é Pálinka?

Taça de Pálinka

Créditos: A. Agnes Morocz

É uma aguardente, por sinal muito similar a outras aguardentes que já conhecemos por aqui, como o Conhaque, Grappa, Uzo ou nossa cachaça. Óbvio, cada um com sua peculiaridade.

A palinka é feito de frutas típicas da região, o que torna a bebida bastante cheirosa e de sabor encorpado. Comumente feito de maçã ou pêra, pode ser feita até de batata, aliás, esse povo húngaro adora batata, mas isso é pra outra conversa.

Um pouco da história da Pálinka

A bebida aparece pela primeira vez em documentos reais no século XIV, porém naquela época e até muitos séculos à frente o elixir era para fins terapêuticos amplamente conhecidos e usados. Entretanto, outros documentos mostram que apesar do uso medicinal a galera já consumia a bebida por puro prazer e diversão já naqueles tempos.

Shots de Pálinka

Créditos: David Ebert

O curioso é o fato de várias lendas ou costumes rodearem a bebida, um deles diz que ao ser batizada uma criança, era feito Pálinka e a bebida que é usada no batismo será guardada até o mesmo crescer e se casar. Imagina só o tempo que a porção magica fica envelhecendo. Quanto ao envelhecimento, tem uma variação técnica a Pálinka de ameixa é envelhecida em barris de madeira, já o de outras frutas é guardado em containers de metal mesmo, mas não ficam guardadas por muito tempo, só até serem engarrafadas.

Temos quantos tipos de pálinkas?

De acordo com o teor alcoólico, forma de armazenamento e composição, destaca-se três tipos de Pálinka:

  • Limpo: O mais fresco, não passa por envelhecimento;
  • Envelhecido: Como o próprio nome diz, passa por certo período de envelhecimento sendo por gosto particular ou respeitando a tradição peculiar da região;
  • Aditivado: Esse recebe adição de mel, açúcar ou mais frutas. Nem deveria se chamar Pálinka, mas por força do hábito ela entra no grupo.

Em alguns lugares é possível encontrar a pálinka de Páprica, um condimento pitoresco feito à base de pimentão, o que resulta numa bebida bastante cheirosa e picante, beeeem picante. O teor alcóolico varia de 37% a 40% em média, todavia, alguns lugares podem apresentar Pálinka com teor alcoólico de até 70%.

A bebida tem qualidade garantida mesmo porque o número de destilarias no país vem sofrendo uma contínua redução, sobrevivendo apenas as com qualidade e nome pra se manter no mercado violento dos destilados. O problema em perpetuar e aumentar o consumo da bebida a nível global consiste no fato da falta de popularização da mesma, resultado talvez de pouco marketing, além de um preço mal estipulado. Uma garrafa de meio litro custa cerca de 11 euros, o mesmo preço de bebidas como o Red Label da Johnie Walker. Longe de mim comparar os dois, porém todos a de convir que os Whiskies da Johnie possui um investimento exorbitante em publicidade no mundo inteiro.

Garrafa de Pálinka

Créditos: Szoke Peter

Apesar de ser uma aguardente assim como os famosos scoths escoceses, Pálinka, como outras aguardentes, tem uma pequena parcela no mercado, já o whisky é uma bebida de largo consumo, com seu lugar garantido, então por os dois lado a lado na prateleira sem marketing é contar com a sorte pra fazer vender. No entanto pra consumidores que gostam de bebidas com sabores fortes, como os brasileiros, vale a pena provar e, quem sabe, se tornar bebedor assíduo de Pálinka.

Abração.