Saquê, um pouco mais sobre essa bebida fermentada japonesa

Você pode até não ter experimentado ainda, mas com certeza já ouviu falar. E nós já falamos um pouco sobre o saquê aqui no Papo de Bar também. Não se sabe direito como, nem porquê, mas por volta do século IV D.C o Saquê surgiu na cultura dos Japas. Vamos falar um pouco mais sobre ela neste artigo.

Grandes comemorações necessitam de Saquê

Bonecos brindando com Saquê

Ganhamos daqueles malditos, yeah!

Créditos: Oisin Conolly

Servido em grandes comemorações como casamentos, inaugurações e eventos em geral e com teor alcoólico em torno de 16%, a bebida só tinha dois ingredientes: arroz e água. Sim, isso mesmo, eram só esses ingredientes meus caros. No começo a bebida era feita só, somente só, de arroz e água.

Arroz, “o cara” do Saquê

Em meados do Século III o arroz chegou em grande quantidade ao Japão, que importou a ideia de cultivo da China. O Japão considera até hoje o arroz seu alimento mais importante, tendo leis até para que os cultivadores não vendam toda a produção pra fora do país. Mas vamos falar da bebida, que é mais importante.

Saquê, uma história fermentada com arroz e água

Garrafas de saquê

Créditos: Luca Zappa

Como já havia dito, o Saquê é uma bebida fermentada que inicialmente era feito somente de água e arroz. Isso porque no começo do século XX a produção recebeu alguns aditivos e modificações. Há uma lenda que diz que o saquê nasceu de um barril de arroz mal vedado, onde o ar entrou e um processo de fermentação natural se iniciou dando origem a bebida.

Saquê, quase um mingau alcoólico no início

Porém, deu origem mesmo foi a um tipo de mingau alcoólico, isso há uns 2 mil anos. Mas com o passar do tempo eles foram aprimorando as técnicas, lógico. Eles contam que na fabricação chegaram a cozinhar o arroz, depois mastiga-lo, para aí sim por no barril de volta.

Praticamente uma bebida fermentada pela saliva dos modafocas. É meus nobres, a saliva que se encarregava de fermentar o arroz mastigado.

Chegando no ponto certo de preparação do Saquê

Tigelas com saquê

Créditos: Neema Doma

Mas muitos séculos se passaram até a bebida ser filtrada da massa e se tornar o Saquê mesmo que conhecemos, líquido. Ainda há séculos atrás, o arroz passou a ter uma parte pasteurizada e após a fermentação, a bebida inteira passa pela pasteurização. Detalhe que a bebida já era pasteurizada antes mesmo que Louis Pasteur explicasse o processo químico. Interessante, não?

Eis que chega o fermento, deixando o Saquê mais alcoólico

Com a descoberta do fermento, o ingrediente passou a ser adicionado para aumentar a graduação alcoólica. E com a crise causada pela guerra, o arroz ficou escasso, então os fabricantes buscaram novas técnicas para obter cada vez mais bebida com uma quantidade menor do cereal, e pra isso eles adicionam álcool puro e glicose na formula, o que deixou os amantes da bebida descontentes, já que eles acreditam que o bom mesmo é o original, claro.

Como é a produção do Saquê?

Homens produzindo o Saquê

Créditos: Shi Xuan Huang

Primeiro uma parte do arroz é lavado e cozido a vapor. Posteriormente ele é misturado ao fermento, água, e o Koji (o arroz que foi polido e fermentado separadamente). Após algum tempo de fermentação é adicionado mais dos mesmos ingredientes.

Então o Saquê é pasteurizado e posto pra descansar por cerca de 6 meses. Porém, depois deste tempo, será adicionado mais água e o Saquê é novamente pasteurizado antes de ser embalado. Curioso que a cada mistura antes do resultado final o produto recebe um nome, na primeira mistura ela recebe o nome de shubo, depois da fermentação a mistura passa a se chamar maromi e depois de filtrada é que vai se chamar Saquê.

O sabor do Saquê

Mini Tambores japoneses com Saquê

Créditos: J. ?ta

Quanto ao seu sabor, é muito interessante, intrigante. Óbvio que existe uma variedade enorme da bebida, digo na casa dos milhares de normas de se obter o resultado final. Entretanto, no geral a bebida tem diferentes sabores se mudarmos somente a temperatura. Servido quente a bebida fica encorpada e adquire um sabor acentuado que lembra o melão. Já se servido frio, gelado, ele fica um pouco mais frutado.

Pode-se também adicionar sal na borda do copo, como no drink Margarita.

Tradição na hora de servir o Saquê

Garrafa de porcelana colocando saquê

Créditos: Ben Torode

O louco é que essa bebida tem toda uma tradição até pra ser servida. Normalmente é feito em garrafinhas de porcelana que facilita na hora de aquecer ou resfriar em banho-maria, de acordo com o gosto do cliente.

Masu

Mas o melhor mesmo é servi-lo no masu, sabe aqueles copinhos de madeira? Esses mesmos são os tais. Como não perdemos tempo, já temos as caipirinhas feitas com saquê e em alguns drinks tem gente que substitui a vodka por ele.

Finalizando

Não é difícil encontrar a bebida, qualquer restaurante japonês vende. Na minha opinião essa bebida é como o Árak, ou você ama ou você odeia.

Abraços aê.

Fonte: culturajaponesa.com.br